sábado, 11 de dezembro de 2010















"Muito fácil !" - a trajetória da Dead Easy 1991-1993
           por Arthur Caria.



"Persistimos, se tanto, na usura da memória alheia,
à véspera do longo esquecimento".
[Darcy Ribeiro, Maíra, 1976]

“para que a memória dos acontecimentos
não se apague entre os homens com o passar do tempo”.
[Herôdotus. História. Intr. e trad. de Mário da Gama Kury, 2ed.1988.].




Vez ou outra eu atendo um telefonema, leio blogs, recebo um e-mail ou sou surpreendido em alguma circunstância social, por alguém que 'se lembra' da Dead Easy, com um entusiasmo que ao mesmo tempo me enche de um orgulho ao qual não cheguei a me acostumar e também me enche de um vago sentimento de perda, inexplicável, de algo que fazia com uma paixão que não consigo mensurar até hoje. Quiçá repetir.


É, talvez, como um minúsculo tributo a essas pessoas que apreciavam aquele nosso trabalho da não 'tão facilmente' esquecida Dead Easy que me propus a escrever essas poucas linhas e compartilhar, neste espaço simples e gratuito do Blogspot, algumas coisas do nosso material que guardo daquela época.

Essa postagem pretende ser também, em especial, um minúsculo tributo a dois músicos fenomenais com quem tive muito prazer em tocar, compor e  conviver,  e que merecem ainda muito mais do que aquilo que a história da música lhes deu: o guitarrista Jô Estrada e o baterista Fernando Bueno. Aos dois, um grande abraço!




Primórdios

1987: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) dava os seus últimos suspiros, sob a tutela de Mikahil Gorbachev e sua Perestroika. No Brasil de José Sarney, morria Carlos Drummond de Andrade e dois anos haviam se passado desde o primeiro Rock in Rio (em 1985, no Rio de Janeiro) com o gênero rock crescendo em popularidade e adesão inéditos no país. 

Apesar disso, dois músicos de rock da banda de Lobão eram espancados quase até a morte, por puro e simples preconceito contra as suas aparências. Era a vez do RPM, da Legião Urbana, das bandas de Brasília e do veterano grupo baiano Camisa de Vênus, a essa altura já dando freios de arrumação.

Na Bahia, especificamente em Salvador, despontavam de vez para todo o país canções ditas carnavalescas anunciando o vindouro apocalipse musical da já cambaleante boa terra. 
 
Ao final desse mesmo ano, dentre uma miríade de bandas de rock em formação na cidade de Salvador, dois músicos adolescentes – eu, Arthur Caria (que também assinava Arthur Mendes,)  com 16 anos e Jô Fonseca com 15 (hoje Jô Estrada) – ambos com alguma experiência em bandas e shows - acabamos tocando juntos pela primeira vez na segunda formação de um grupo chamado Arsenal (formado anteriormente pelo vocalista Jorge Calvo, o lendário Salomão Hage na guitarra, Adson no baixo e Marcelo Brasil na bateria). 

Fomos convidados pelo mesmo Calvo, seu fundador e único maior de 18 anos à época. Eu no baixo e Jô na guitarra nos juntamos a outros dois músicos ainda mais novos, os prodígios Yacoce Simões (tecladista) e Marcelo Brasil (remanescente da primeira formação), com 13 e 14 anos respectivamente. Yacoce, logo nos anos seguintes iniciaria uma carreira bem sucedida como músico, produtor, arranjador e engenheiro de som, fazendo parte de vários trabalhos de variados artistas, assim como Marcelo.

Banda "Arsenal" - Jorge Calvo, Jô Fonseca/Estrada, Arthur Caria, Yacoce Simões, Marcelo Brasil (1988).
 

Arthur Caria (baixo)- "Arsenal" ao vivo, Mural Tropical, Rio Vermelho, SSA (30/04/1988)
 

Da mesma maneira que inúmeros adolescentes naquele Brasil de meados dos anos 80, ouvintes do bom e velho rock and roll, tanto eu quanto Jô tivemos no advento do Rock in Rio I o incentivo que faltava para nos tornarmos músicos. Da parceria musical iniciada no Arsenal desenvolvemos um entrosamento composicional que seria muito importante alguns anos depois, numa outra banda: a Dead Easy.

Dead Easy

De volta de uma viagem à Inglaterra em que assisti a um show do Deep Purple no longínquo 16 de março de 1991 (em plena primeira Guerra do Golfo), reabri o meu estúdio de ensaio, apelidado de 'Boca do Sapo', que ficava em frente ao que é hoje o Guetho Square, de Carlinhos Brown. Na época (eu acho) ainda não haviam inventado a Timbalada; existia um grupo musical percussivo interessante chamado Vai Q Vem com a singularidade de começar os seus ensaios às 22 horas ao ar livre, em pleno vale, horário em que geralmente as bandas terminavam os seus ensaios no meu estúdio.

Arthur Caria - Hammersmith Odeon - Londres - Março, 1991
A clientela do 'Boca do Sapo' era predominantemente de bandas de rock, tanto veteranas como a Zona Abissal e a Head Hunter, quanto iniciantes como a Úteros em Fúria. A minha banda, a Dead Easy, formada em Abril de 1991, contava comigo no baixo e vocal, Jô Fonseca/Estrada na guitarra e vocal, Fernando Bueno na bateria e Alex Torres (Polho) no vocal principal (primeira formação). Não posso esquecer da grande contribuição de dois músicos que fizeram os dois primeiros ensaios com a Dead Easy ainda embrionária: o guitarrista Fábio Serrano (que participará como co-autor e backing vocalista na nossa primeira demo tape) e o baterista Camilo Bayard.

A Tarde - 01-Julho-1991.
A TARDE - 01-Julho-1991 (no detalhe, Alex Torres (Polho), Fernando Bueno, Arthur Caria e Jô Fonseca-Estrada).
Com a vantagem da gratuidade, os ensaios da Dead Easy se tornaram muito mais frequentes, às vezes acontecendo de domingo a domingo, sendo sempre gravados. Com o entrosamento advindo dessa frequência de ensaios, não tardou para formarmos um longo repertório e estarmos tocando quase todos os fins de semana, abrindo shows de bandas como Utopia (do guitarrista Gustavo Mullen, ex-Camisa) e Zona Abissal, e dividindo o palco com outras como a Úteros em Fúria. O próximo passo era, inevitavelmente, como para qualquer banda, ter uma fita demo para divulgar o material da banda. O meu estúdio era só para ensaios e tertúlias musicais; gravações com qualidade deveriam ser feitas em outros locais.

31-Jan-1992



14-Fev-1992

Dead Easy - ao vivo no Mata-Hari, Rio Vermelho - Salvador 02 NOV 1991. Dobradinha com a Úteros em Fúria.

Clique nos links abaixo para assistir aos vídeos da banda.





WR sessions (1991): a primeira demo

Em 1991, para uma banda de rock em Salvador gravar com qualidade era muito, muito caro. Já existiam os 'Portastudio', não tão caros, principalmente da Tascam e da Fostex de 8 canais, mas que gravavam em fitas cassetes comuns, sem a qualidade, o peso e a profundidade de uma gravação profissional. Davam, no máximo, para uma boa demo tosca.


Algo que talvez muita gente não se lembre é que o grande patrocinador de gravações de qualidade para bandas de rock na Salvador daquela época foi Wesley Rangel, aquele mesmo que gravou os ícones da música baiana, dono dos Estúdios WR. (Verdade seja dita: nunca conheci  ou tive notícia de outro empresário brasileiro desse ramo, muito menos baiano, com a visão, o empreendedorismo e o espírito de aventura de Rangel. Não foi ele quem criou a "música baiana", ele apenas foi o empresário com o serviço certo no lugar certo e na hora certa (certa para ele, empresário, pelo menos...). A construção da "música baiana", por sua vez, foi o reflexo mais recente de uma ideia antiga de invenção de uma identidade regional útil para determinadas facções empresariais da sociedade da Boa Terra, como as do turismo e do entretenimento carnavalesco. Algo já posto em ação por órgãos oficiais do governo desde os anos 50 de Caymmi, como nos ensina o pesquisador baiano e professor doutor da UESC, o meu amigo Roque Pinto).
 
Ainda no início dos anos 90, as gravações eram feitas em fitas de rolos de 1, de 1 e 1/2, de 2 e de 7 polegadas. Faziam-se cópias a partir dessas chamadas Fitas Masters de rolo. Dessa forma, os donos de estúdio eram obviamente os donos das gravações. O artista podia até popularizar as suas copiazinhas em fitas cassetes, mas para fabricar um disco de vinil ele tinha que comprar as masters do estúdio, pagando por todos os períodos gastos para captação, edição, mixagem, pós-produção e masterização do material, além de pagar pelas fitas de rolo. 
 
No caso da Dead Easy, após diversos shows e gravações de ensaio, conseguimos marcar uma reunião com Wesley Rangel em seu escritório da WR no Rio Vermelho. Estávamos quase no meio do ano e a nossa formação tinha sofrido uma alteração: Alex Torres, vocalista, tinha saído para dar lugar ao tecladista Eduardo Adonias, com Jô assumindo os vocais da banda. 
Dead Easy - 1991 - Fernando Bueno - Arthur Caria - Joe Fonseca/Estrada e Eduardo Adonias
 
Chegamos nós quatro para a reunião e em cerca de 10 minutos fomos convidados a entrar. Rangel nos recebeu com extrema gentileza e profissionalismo, fazendo perguntas sobre a banda, a formação, a experiência e se tínhamos algum material para mostrar a ele. Dissemos que sim e colocamos alguns trechos de ensaios gravados para ele ouvir. Ele ouviu e pareceu ter gostado, pois foi logo nos explicando como funcionava a rotina do estúdio, como seria o caráter daquelas gravações que faríamos lá etc, sendo bastante claro a respeito da propriedade das gravações e de que maneira teríamos que proceder caso quiséssemos levar o nosso material ali gravado para prensar um disco. 
 
Terminada a reunião com Rangel, fizemos a nossa própria reunião para decidirmos quais músicas seriam gravadas e para quando marcaríamos as primeiras datas de gravação. Em cerca de três dias já tínhamos gravado as quatro músicas do que veio ser a nossa primeira demo tape e em menos de uma semana após termos dado início às gravações, tínhamos a demo mixada para iniciarmos as cópias e a distribuição.





Dead Easy - primeira demo-tape.
As quatro músicas foram gravadas e mixadas em 16 canais no Estúdio WR - Salvador - BA, em Junho de 1991. Cortesia de Wesley Rangel.

Músicos:
Jô Fonseca-Estrada: Vocal e guitarra. 
Arthur Caria: Baixo.
Fernando Bueno: Bateria.
Eduardo Adonias: Teclado.
Fábio Serrano: Backing Vocals.

Músicas: (clique para ouvir)


And I leave you (Alex Torres, Jô Fonseca-Estrada, Arthur Caria e Fernando Bueno) 
Too Far (Fábio Serrano,  Jô Fonseca-Estrada, Arthur Caria e Fernando Bueno)
Sidewalk (Jô Fonseca-Estrada, Arthur Caria e Fernando Bueno)
Someone's waiting (Fábio Serrano,  Jô Fonseca-Estrada, Arthur Caria e Fernando Bueno)






A obsessão pelo som

Se eu tivesse que caracterizar o espírito da Dead Easy durante todo o tempo que ela existiu, eu diria duas coisas: a primeira é que tínhamos uma verdadeira obsessão pelo aspecto musical – Jô já era, àquela altura, um conhecido professor de guitarra com pelo menos uma dezena de aplicados alunos; Fernando estudava e pesquisava bateria diariamente tocando, dentre outras, trilhas de Neil Peart do Rush. Quanto a mim, após uma cirurgia no pulso direito em 1989, em função de um quisto sinovial, eu tinha adquirido a paranoia de praticar baixo todo dia, mudando, por recomendação médica, a posição do instrumento de maneira a não ter mais problema. 
 
Começamos a nos tornar músicos em plena era dos guitar heroes, das grandes performances de artistas como Eddie Van Halen, Steve Vai, Joe Satriani, Billy Sheehan, Racer X, Yngwie Malmsteen etc., ao passo que o nosso amadurecimento musical foi paralelo à explosão de super bandas com trabalhos altamente coesos e diversos como Guns and Roses e Sepultura, e também a primeira leva de bandas de Seattle como Alice in Chains, Soundgarden e Pearl Jam. 

Tenho a impressão de que essa característica, por assim dizer, obsessiva para com o nosso som, o perfeccionismo na execução e a preocupação com a harmonia e as melodias vocais, tudo isso junto, talvez explique a frequência assídua de uma pequena legião de apreciadores desses estilos acima mencionados, vendo em nós, talvez, ligeiras sombras, rápidos simulacros daqueles nomes vultuosos da música da época.

A segunda coisa que eu diria a respeito da Dead Easy é que, apesar de termos sido como toda banda de rock no Brasil daquela época, preocupados em cantar quase que somente em inglês e em divulgar em todo e qualquer meio possível o nosso som com as nossas demos e os nossos releases, éramos muito negligentes nesse sentido. E negligência naquela época - em que não havia internet e os computadores pessoais ainda faziam um trabalho tosco - era uma falta grave, pois para se tornar conhecido o sujeito tinha que suar e muito a camisa, correr feito um louco atrás de apoio. Em resumo, crescíamos musicalmente mas havíamos estacionado amadoristicamente nos quesitos comunicação e divulgação.

Mesmo assim, além do básico da divulgação, enviando correspondências a algumas revistas e fanzines do ramo, chegamos a fazer uma viagem ao Rio e a São Paulo ainda em 1991 levando diversas cópias de nossa demo. Deixamos o nosso material em todas as gravadoras e revistas possíveis do Rio de Janeiro e de São Paulo. 
 
Dessa rápida viagem surgiram duas coisas concretas e boas: uma crítica favorável de Ingo Soares Campos à banda, na Revista Rock Brigade, edição de Abril de 1992, e um convite para gravarmos o nosso primeiro disco por um selo independente patrocinado pela Prefeitura de Niterói – RJ, através de um projeto cultural da então Fundação Niteroiense de Arte. Com a demo da WR tínhamos conseguido a oportunidade de gravar o nosso primeiro disco. 


 





Chegávamos naquele momento crítico (até hoje) pelo qual passa toda banda que já tocou em todos os pontos possíveis de uma cidade com espaços limitados. Saíamos de Salvador para dentro de alguns meses deixar de existir como banda, persistindo apenas na memória daquele pequeno mas fiel público que tínhamos conquistado na Salvador dos anos de 1991 e 1992. 


A TARDE - "Novos grupos pedem passagem" - 1992


A TARDE - "Novos grupos pedem passagem" - 1992 (detalhe)



TRIBUNA DA BAHIA - Dead Easy (com o guitarrista Alex Mesquita no lugar do tecladista Eduardo Adonias) - Março de 1992



Dead Easy - Hot Days – "Trilha Certa"


Com exceção do tecladista Eduardo (substituído pelo excelente guitarrista Alex Mesquita que teve uma passagem meteórica pela banda), a Dead Easy inteira se mudou para o Rio de Janeiro, capital, em outubro de 1992. A proposta era passar seis meses entre pré-produção, gravação e finalização do material do disco no estúdio Trilha Certa, em Niterói. Ao chegarmos no Rio de Janeiro, tratamos de conhecer todos os espaços alternativos da cidade. Em menos de dois meses, após o início da pré-produção do nosso disco, começamos a fazer alguns shows.



Cartaz de show da Dead Easy no Garage Art Cult - Rio, RJ - 11-Dezembro 1992


Chamada do show da Dead Easy no Garage Art Cult - Revista Programa 28-Maio-1993 - Jornal do Brasil - RJ.  


De maneira diferente das gravações em Salvador, as sessões de gravação em Niterói foram mais demoradas e contaram com o cuidado e o esmero do músico e arranjador Zé Neto, um conhecido e experiente violonista niteroiense. Houve tempo de sobra para trabalhar a construção da captação do som da banda, com a bateria e todos os amplificadores sendo microfonados. 
 
Fazem parte desse set de músicas: Crazy Dreams (cujo riff tema da música foi gravado parcialmente pela banda baiana Superfly em sua música "Cortejando Yemanjá"), Down in the city, Falling Cards, Goodbye Girl, I'm gonna tell you, Merry-go-round, Nada Mais, País do Carnaval e Sem Conseguir. 



Dead Easy! - primeiro e único disco da banda (permaneceu inédito). Gravado em 16 canais no Estúdio Trilha Certa - Niterói-RJ, no segundo semestre de 1992; mixado e masterizado no primeiro semestre de 1993. Produzido e gravado por José Neto.
Zé Neto - Violonista e Produtor musical











Dead Easy! (o disco inédito)


Músicos:
Jô Fonseca-Estrada: voz (principal nas músicas 1,4,5,6,7,8,9; e refrão na música 2), guitarra e violão.
Arthur Caria: voz (principal nas músicas 2 e 3; e refrões nas músicas 4, 6 e 7), baixo e violão.
Fernando Bueno: bateria.
José Neto: Teclado e arranjo de cordas (em Merry-go-round)

Músicas: (clique para ouvir)

1) Crazy Dreams
2) Down in the city
3) Falling Cards
4) Goodbye Girl
5) I'm gonna tell you when
6) Merry-go-round
7) Nada Mais
8) País do Carnaval
9) Sem Conseguir
 
Seis meses se passaram e as gravações foram finalizadas, mas ficamos aguardando resposta da Fundação responsável pelo encaminhamento do processo do disco. Aguardamos por cerca de três meses até que fomos finalmente informados do cancelamento da verba para o lançamento do disco devido a mudanças no quadro político local entre outras razões. 
 
Depois de um disco inteiro gravado com 9 músicas em inglês e português, um disco de rock feito como 'manda o figurino', tínhamos ficado numa situação parecida àquela após a gravação na WR em Salvador, dois anos antes, com a diferença que tínhamos agora um material não só mais amadurecido, mas um material produzido nos moldes do estilo que fazíamos. Ficamos, no final das contas, com uma puta demo de luxo, que serviu a cada um dos integrantes da banda, acredito que durante muito tempo, como um bom cartão de visita. 

Jô Fonseca/Estrada - Arthur Caria - Fernando Bueno - Orla de Niterói-RJ, 1993.



 
Naturalmente, a ansiedade provocada pela longa espera e finalmente a frustração pelo não lançamento do disco minaram os ânimos de todos nós, já desgastados por outros problemas de ordem pessoal. No meu caso, eu havia perdido meu pai em dezembro de 1992, um grande incentivador do meu trabalho musical. 
 
A expectativa dos poucos e fiéis seguidores da Dead Easy em Salvador com relação ao futuro promissor da banda foi aos poucos se desvanecendo, à medida em que a notícia do fim do grupo chegava ao seu conhecimento. Até o advento do início da popularização do computador pessoal, quando se pode realizar cópias de CD em áudio no conforto do lar, pouquíssimas pessoas tinham conseguido acesso àquele material gravado pela Dead Easy em Niterói nos anos de 1992 e 1993. 

Talvez isso explique a noção meio cristalizada que fixou a Dead Easy daquele primeiro momento de Salvador de 1991 até meados de 1992, da demo da WR. O disco de Niterói já comporta uma banda com uma pegada diferente, mais pesada e ainda mais preocupada com o apuro técnico e melódico.

 
Se “persistimos” ou não “na usura da memória alheia”, ou se devemos escrever e registrar os fatos “para que a memória dos acontecimentos não se apague entre os homens com o passar do tempo”, isso eu não sei responder. O que posso oferecer é o meu testemunho, versão entre versões.


* A grafia Dead Easy "BR"  é para distingui-la de uma outra Dead Easy norueguesa, bem mais novinha e da qual gosto bastante também!

Arthur Caria
SSA – 09/10/2010.




Dead Easy - 1992 (Arthur Caria / Fernando Bueno / Jô Fonseca-Estrada)

Logo da Dead Easy - por Douglas Nogueira 1991.


Jornal A TARDE - Caderno 2+ : Matéria do jornalista Chico Castro Jr. sobre o presente Blog - Salvador, 21 DEZ 2010

Jornal A TARDE - Caderno 2+ : Matéria do jornalista Chico Castro Jr. sobre o presente Blog - Salvador, 21 DEZ 2010 (No detalhe)